O mito do adolescente violento

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Dois casos recentes.

O primeiro: na rua Oscar Freire, um menino negro foi expulso da frente de uma loja pela vendedora por ela achar que a criança estivesse ali vendendo algo, em lugar que a  loja considera inadequado (mas que vale lembrar, é espaço público). O garoto estava com o pai; a mãe, por sua vez, fazia compras em alguma loja dos arredores.

O segundo: redução da maioridade penal é aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados em Brasília.

O que os dois casos tem em comum? Para mim, trata-se do  “mito do adolescente violento”.

A primeira vez que eu vi esse termo foi quando fiz a ilustração postada acima para o texto do Bruno Paes Manso, “Pelo fim da pena de morte aos adolescentes. O caso São Remo“, publicado ano passado no site Ponte Jornalismo . A linha fina do texto diz o seguinte: “O mito do adolescente violento transforma o jovem, negro e morador de periferia em uma espécie de bode expiatório da sociedade. Poucos estigmas no mundo são tão mortais”

Desde então esse termo não saiu da minha cabeça. Segundo dados da justiça paulista, apenas 2% dos homicídios são ações de adolescentes . Então porque essa histeria toda em culpar e jogar jovens cada vez com menos idade em lugares que funcionam mais como escola do crime, e não como processo efetivo de reeducação?

Acho que esta questão do mito do adolescente violento, aliado ao racismo e ao ódio de classe enraizados em nossa sociedade ajudam a começar a resolver essa equação.

Mais sobre o tema:

– Redução da maioridade penal (repost)

– Redução da maioridade penal é estelionato eleitoral (via Ponte Jornalismo)

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